A-de-Mar

Não posso deixar de partilhar as coisas belas da vida com que me vou cruzando. Desta vez um GRANDE FILME.

Uma exposição a não perder é a que se encontra no Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira, dedicada ao famigerado «Campo da Morte-Lenta» ou Tarrafal. Um verdadeiro campo de concentração que, apesar da derrota dos fascismos na Segunda Guerra, continuou a funcionar quase até meados da década de cinquenta, voltando a reabrir já nos anos sessenta apenas para os nacionalistas africanos. A «frigideira», a «holandinha», o médico que só passava certidões de óbito... Uma marca das mais negras do fascismo português.

Se gostam de filmes inesquecíveis, sugiro que não percam O Segredo dos Seus Olhos . Ganhou o Óscar deste ano para o melhor filme estrangeiro, mas isso diz pouco. Acreditem. De forma simples direi que a história anda à volta de um investigador criminal reformado que resolve escrever um livro baseado num caso em que trabalhou e que não terá ficado devidamente esclarecido. É um filme divertido, emocionante e, além do mais, fala com verdade desse tema eterno e tão humano: o amor. A não perder.

A propósito da recente 3ª edição de Estranha Forma de Vida , recordo aqui uma entrevista que concedi a alunas de Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social, no âmbito da rubrica Um Livro Porque Sim , que foi transmitida pela RTP2 a 14 de Maio de 2009. Aqui fica o link. http://zappiens.pt/Z0994?From=Pesquisa

Noite de sábado, serão caseiro e preguiçoso, mas com muito proveito. RTP2: Johnny Guitar e Nicholas Ray; Intriga Internacional e Alfred Hitchcock; João Bénard da Costa e o súbito regresso aos antigos serões de cinema no canal 2, conduzidos por este senhor; autênticas lições da história do cinema e que, penso, todos temos andado arredados. Isto sim, é verdadeiro serviço público de televisão.

Depois de Newton, dos iluministas e de todos os seus herdeiros, foi dado mais um passo para a banalização de Deus; o homem criou vida a partir de matéria sintética. Será? Parece que sim. Lá vai engrossar o caudal da competição, do individualismo e, em última análise, da solidão. Nunca fomos tantos e nunca vivemos tão entregues aos nossos fantasmas. Não acredito em Deus. Sou dos que pensa que o Homem criou Deus e não o contrário. No entanto, desconfio que a crença num Ser Superior, que tudo gere, tudo julga e nunca se engana, contribuiu para um certo equilíbrio social. Será? Terá sido por isso que nasceu Deus? Os verdadeiros crentes, que muito respeito, temem o Juízo Final e o Inferno. Os restantes não. Para estes, as contas ajustam-se todos os dias, e são os chefes e os pares os verdadeiros julgadores. A pena sofre-se em vida. Por isso tudo vale na batalha que é diária e incessante; daí a competição desenfreada, o individualismo extremo, a desconfiança no parceiro, as facadas nas costa

Do Inverno para o Verão, sem passar pela Primavera. O sol já fazia falta, é verdade, mas não precisava de vir todo de uma vez.

O dia estava pleno de sol, o que levou muita gente à Feira do Livro. A enchente senti-a particularmente na Leya, onde, à minha chegada, não era fácil circular. Aqui, os autores ficam no centro, sentados em cadeiras em equilíbrio precário, dada a inclinação da calçada, e os leitores vão passando, olhando, e alguns até potenciam o contacto, ora para que o autor assinasse um livro ou apenas para trocar uma ou outra ideia. Fiquei bem acompanhado, ao lado de Marques Vidal, de António Santos e do nosso editor e amigo facebookano, Marcelo Teixeira. Pois, o Moita Flores é da Casa das Letras pelo que ficou nas nossas costas e a interacção com ele foi escassa. Foi mais uma experiência de contacto directo com os leitores, o que muito aprecio. A todos os amigos e amigas que ali se deslocaram também para me cumprimentar, o meu muito obrigado.

Este ano era para ser dose dupla, mas não foi. No sábado passado não chegou a acontecer nada por causa do dilúvio que passou por Lisboa, espero que não suceda o mesmo no próximo domingo, último dia da Feira do Livro. Assim, se o tempo o permitir e tudo leva a crer que sim, lá estarei por volta das 5, e em boa companhia: o Moita Flores, que tem um livro novo que nos remete para a Primeira República, e Marques Vidal, com o seu último romance, que aborda o tempo das invasões francesas. Vai ser uma hora do tamanho de um minuto. Estão todos convidados.

«O país está louco», disse há tempos Santana Lopes. Tinha razão – e custa-me dizê-lo, confesso. Hoje, entre as 19h00 e as 20h00, o principal canal da RTP passou uma reportagem feita na Covilhã, cidade onde a selecção nacional de futebol vai cumprir a primeira fase do estágio antes do Mundial. Entrevistaram os comerciantes, os passantes, os empregados do hotel… O país está mesmo louco. (foto retirada do Google)

Devido às condições climatéricas e no que me diz respeito, foi cancelada a sessão de autógrafos prevista para hoje na Feira do Livro. Lamento a falta, mas, apesar de tudo, a natureza ainda vai impondo a sua vontade. Esperemos que no dia 16 as coisas melhorem.

Cartaz promocional da Feira do Livro de Burgos - Espanha. Palavras para quê...

Caros amigos Não posso deixar do vos dar a conhecer um magnífico projecto que está a ser desenvolvido por uma amiga, que visa contribuir para uma melhor qualidade de vida a um grupo de meninos da Guiné-Bissau. É pouco, eu sei, mas são gestos como este que, multiplicados, podem ajudar a minorar o sofrimento de muitas crianças e, talvez mais significativo, podem contribuir para que cresçam com a certeza de que é possível um futuro melhor e que vale a pena lutar por ele. Não deixem de ver a reportagem que passou na SIC, que nos dá uma ideia mais precisa do projecto e de como aderir. Cumprimentos a todos e bem hajam    http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/Nos+Por+Ca/2010/4/o-melhor-de-nos-associacao-afectos-com-letras-quer-apoiar-projectos-de-educacao-e-saude-publica30-04.htm

Feira do Livro de Lisboa - No próximo sábado dia 8, pelas 5 da tarde, lá estarei na praça, largo, praceta (?) da Leya - Oficina do Livro, para, penso, assinar alguns livros, mas, seguramente, para conhecer e cumprimentar os amigos leitores que me queiram dar esse prazer.

O 25 de Abril deste ano já lá vai, mas a liberdade que o outro 25 de Abril nos trouxe, ficou para nosso desfrute. Conheci hoje a melhor forma de falar às crianças da importância dessa data mais longínqua para os nossos dias. Para quem não conhece, recomendo vivamente o livro O Tesouro, de Manuel António Pina, com ilustrações de Evelina Oliveira. Simplesmente magnífico. Fica aqui a ligação rápida. http://e-livros.clube-de-leituras.pt/elivro.php?id=otesouro