Ainda e sempre os Bijagós

O pequeno aldeamento turístico de Rubane, o da «francesa», ocupa uma linha de costa não superior a 200 metros, sendo que a zona social – com bar, piscina e restaurante -, marca o centro do empreendimento. Para um e outro lado, estendem-se a dúzia e meia de cabanas, entre quartos e apartamentos.
Na «francesa» – como terá ela vindo aqui parar? - destaca-se um rosto amarelecido, pele engelhada e baça, marcas bem visíveis de um tempo agreste, mas também por via do muito fumo de tabaco que por ele perpassa. Magra e relativamente alta para o padrão português, só se exprime na língua materna e, tanto os empregados como os clientes, têm de sujeitar-se. Mas vale bem o sacrifício.



Este foi o palácio que me serviu para passar a noite. Não que dormisse bem, esteve até longe de ser uma boa noite de sono. A fauna local mais perturbadora, aqueles seres rastejantes e esvoaçantes, quase todos pretos, mas também de outras cores, pequenitos ou menos pequenitos, a que genericamente se chama insectos, fizeram questão de não permitir que eu dormisse mais do que uma horita, e ainda assim, só somando todos os minutos tresmalhados da intranquilidade nocturna.


 

Mas que importância tem isso quando nos levantamos às 7h30 de um domingo e, mal pomos os pés no chão para afastar as cortinas, como acto irreprímivel, entranha-se-nos na alma esta luz?


 

 Abrimos a porta, respiramos o ar que ainda veio da noite e somos recebidos desta forma?





Rodamos ligeiramente para a direita e... é isto





Em seguida para a esquerda e... é a luxúria do verde a roçar a areia da praia


Dois passos depois, entre duas palmeiras olhei em frente





Pisei a areia e apontei para o lado do restaurante, mas o melhor que consegui foi isto




Avancei uns metros, molheu os pés e vi Bubaque ao longe - como se isso tivesse alguma importância

Apesar da hora matutina a água estava inacreditavelmente quente. Fui levado a concluir que era tempo de dar descanso à máquina e de não poupar o físico.
Isso... mergulhei, mas perdi-me. Certamente, quem tecia as malhas do tempo enganou-se e trocou os fios das horas. Não tardou que me chamassem para a viagem de regresso a Bissau. Como é possivel? Já são quatro e meia? Eram!



... sim, mas tinha de ser. Talvez volte.




Tudo fiz para trazer o que os olhos viam, mas falhei o objectivo porque foi singelo o que consegui.




Ilhas e mais ilhas, água e mais água, verde e mais verde




O Arquipélago dos Bijagós ficou além, aonde o Sol se esconde sem filtros.

Mensagens populares deste blogue

Fortaleza Real de São Filipe, Cabo Verde, Património Histórico da Humanidade

Chamateia de Luís Alberto Bettencourt