Spínola e Passos Coelho ou a repetição da história

Esta remodelação governamental faz-me lembrar os tempos que se seguiram ao 25 de Abril e a «guerra» entre Spínola e a Comissão Coordenadora do MFA. O governo Palma Carlos, alinhado com Spínola, caiu porque o MFA lhe fez frente, pressionou e não permitiu que passassem as exigências do PM, que afinal eram também de Spínola, no Conselho de Estado.
Depois, o PR quis nomear Firmino Miguel como PM, mas o MFA não o aceitou e assim, Spínola tentou entalar o MFA, chamando-o para o governo. Grande parte da CC foi para o Governo, ocupando os lugares de topo, com Vasco Gonçalves como PM, Melo Antunes, Vítor Alves, Costa Martins, entre outros. A história é conhecida, passados dois meses Spínola caiu.
Desta vez, Portas, Pires de Lima e Rui Machete eram claros opositores à política económica do governo, com críticas públicas, ameaças constantes de rutura da coligação, chegando, no caso de Portas, a concretizar a saída com a famosa demissão irrefutável.
Passos para manter o lugar, porque o perderia se aceitasse eleições, tenta entalar o CDS e assim, Portas sobe a vice-primeiro-ministro com a responsabilidade pela política económica, Pires de Lima vai ocupar a pasta da Economia e Manchete (um histórico do PSD e próximo da matriz social-democrata) para os Negócios Estrangeiros.
Tenho para mim que Portas e o CDS vão ganhar muito face ao PSD, como, arrisco, nunca ganharam na história da democracia. Falta saber se, não obstante as condições serem diferentes, a História se repete e acontece a Passos o que aconteceu a Spínola.
É o mais certo - saída pela porta pequena.   

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