Duarte Lima e o estado da Nação

«Duarte Lima (DL) está preso. Mas mais do que o homem, o que está sob suspeição é o que ele simboliza e a classe política a que pertence.
Em primeiro lugar, porque DL foi o primeiro grande representante da promiscuidade excessiva entre a política e os negócios. Como tantos outros que se lhe seguiram, o então líder parlamentar do PSD acumulava o seu papel de representante do povo e do Estado português com as funções de consultor de grupos que faziam negócios com esse mesmo estado, como o grupo Mota. Assessorava até entidades cuja actividade depende de despachos administrativos do governo, como a Associação Nacional de Farmácias e outros. Quem servia então DL? O Povo que o elegera ou as empresas que lhe pagavam?
Além do mais, DL esteve ligado a negócios com o banco que constitui o maior escândalo empresarial deste regime, o BPN. Consta ainda que, como todos os grandes vigaristas do regime, andou a comprar terrenos baratos, valorizando-os depois através da influência política nas câmaras e no governo. Realizava assim fortunas com as vendas imobiliárias, mas também com os esquemas de financiamentos que hipervalorizavam as garantias.
Duarte Lima está preso. Mas os vícios de um regime que ele melhor do que ninguém representa, continuam impunemente à solta. Toda a sua vida política e empresarial, todo o seu enriquecimento, são representativos do quanto este regime se degradou.» (hoje na Revista DOMINGO - Correio da Manhã)

(Retirei este texto e fotografia da página do Facebook de Anabela Melão.)

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