A vida sem Deus

Depois de Newton, dos iluministas e de todos os seus herdeiros, foi dado mais um passo para a banalização de Deus; o homem criou vida a partir de matéria sintética. Será? Parece que sim. Lá vai engrossar o caudal da competição, do individualismo e, em última análise, da solidão. Nunca fomos tantos e nunca vivemos tão entregues aos nossos fantasmas. Não acredito em Deus. Sou dos que pensa que o Homem criou Deus e não o contrário. No entanto, desconfio que a crença num Ser Superior, que tudo gere, tudo julga e nunca se engana, contribuiu para um certo equilíbrio social. Será? Terá sido por isso que nasceu Deus? Os verdadeiros crentes, que muito respeito, temem o Juízo Final e o Inferno. Os restantes não. Para estes, as contas ajustam-se todos os dias, e são os chefes e os pares os verdadeiros julgadores. A pena sofre-se em vida. Por isso tudo vale na batalha que é diária e incessante; daí a competição desenfreada, o individualismo extremo, a desconfiança no parceiro, as facadas nas costas, o medo e … a concha de protecção, a solidão. Nunca houve tantos homens no mundo e nunca o homem viveu tão só. Com tudo isto, ganham os psis e a indústria farmacêutica. Mas, claro, viva a ciência. Acredito que, paulatinamente, ela vai ocupando o lugar de Deus no que respeita à explicação dos mistérios da Vida. Mas… convenhamos, não é a mesma coisa.

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