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A mostrar mensagens de janeiro, 2011

Cuidado Casimiro

O senhor Casimiro, que gosta do Sérgio Godinho por causa da canção com o seu nome, é o homem que trata de uns metros de terra que tenho à frente da porta de casa, e que a minha mulher insiste em chamar jardim. Casimiro é homem de verbo e rima fáceis, nem sempre com grande profundidade, mas fáceis. À sua natural boa disposição e ao prazer que tem no contacto com quem lhe dá troco, ao razoável talento para as plantas e menos para as rimas, Casimiro acumula outra característica: detesta o professor Cavaco «de há muitas léguas», como costuma dizer. Hoje, ao abrir a caixa do correio, encontrei um papel tosco e sujo com algumas frases escritas com letra quase desenhada e, no fim, lá estava a assinatura do bom do Casimiro. Certamente devido ao adiantado da campanha eleitoral, ele lá entendeu que devia dar o seu contributo militante anticavaquista e, face a esse desejo que adivinho, aqui deixo o fruto do seu labor intelectual: - «Coelho ao poleiro, Cavaco rachado ao meio» - «O Alegre é alegre

Cavaco candidato

Se um arrogante incomoda muita gente, o Cavaco incomoda muito mais.

csmp-candidatos: Razões de uma candidatura

csmp-candidatos: Razões de uma candidatura : "Maria José Fernandes Colegas Não vos dirijo palavras de circunstância, nem repetições do Manifesto Eleitoral desta lista ..."

Vítor Alves

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Estava longe de pensar que no dia seguinte a colocar aqui um post sobre um capitão de Abril, tivesse de voltar a escrever sobre outro militar do MFA. E logo pelas piores razões: a sua morte. Falo, já se sabe, de Vítor Alves, que há uns tempos batalhava com um cancro que lhe minava os pulmões. Só estive com ele uma vez, foi num fim de tarde do último Verão. Acompanhei a Luísa Amaral e o José Luís Andrade a sua casa, em Oeiras. A casa que tantos oficiais conspiradores conheceram, devido às muitas e longas reuniões para a organização do MFA e de preparação do 25 de Abril. Foi um homem débil fisicamente que nos abriu a porta. Não o reconheceria noutras circunstâncias. A doença já o atacava fortemente, a roupa ficava-lhe larga, os cabelos e os pelos da barba, que tanto o caracterizava, estavam em queda acentuada devido aos efeitos da quimioterapia. Como ele próprio se definia, era um tímido, mas sempre se mostrou afável e colaborante connosco enquanto o físico lho permitiu. Iniciávamos ali

Capitão de Abril, Capitão de Novembro

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Tendo em vista a concretização de dois projectos literários que andam à volta do 25 de Abril, nos últimos meses as minhas leituras não têm tido outro objectivo que não vise documentar-me sobre factos e pessoas ligadas àquele tempo. Com esse fito, terminei recentemente a leitura do livro do coronel Sousa e Castro, «Capitão de Abril, Capitão de Novembro». Venho aqui falar dele porque detectei um aspecto que, na minha opinião, marca a diferença relativamente a muitos outros que pude ler: os presos políticos do após 25 de Abril. Desde a Revolução que derrubou o Estado Novo até ao 25 de Novembro de 1975, foram parar às prisões portuguesas pessoas ligadas ao antigo regime - por exemplo os efectivos da PIDE/DGS; depois, na sequência do 28 de Setembro e 11 de Março de 1975, outras pessoas, estas conotadas com o general Spínola, e, por fim, devido ao 25 de Novembro, mais uns quantos militares foram detidos, estes ligados à extrema-esquerda. Não é este um assunto muito abordado na vasta obra que

Ciclo de cinema de Manuel Guimarães, em Alenquer

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Ao longo de todo este mês de Janeiro, na Biblioteca Municipal de Alenquer decorrerá um ciclo de cinema dedicado a Manuel Guimarães. Todas as sextas-feiras vamos ter um filme e no dia 28, uma mesa redonda sobre o realizador e a sua obra. Hoje passou «Saltimbancos», de 1952, com Artur Semedo; dia 14 passará «O Trigo e o Joio», baseado na obra homónima de Fernando Namora, e a 21 é a vez de «Nazaré». É este um cinema votado ao esquecimento nos dias de hoje, porque se enquadra numa estética que está, infelizmente, completamente fora de moda, o neo-realismo. Surge como alternativa às tradicionais comédias, e vai abrir caminho ao chamado «cinema novo», que terá o seu ponto alto nos anos 60. Se estão por perto e gostam de bom cinema não faltem, até porque, meus amigos, é à borla. Cartaz de «Saltimbancos»