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A mostrar mensagens de agosto, 2010

Liga dos Combatentes vs António Lobo Antunes

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Relativamente à polémica que envolve o escritor António Lobo Antunes e a Liga dos Combatentes, na edição do Expresso de hoje o escritor diz o que talvez tenha faltado na entrevista geradora da controversa, e passo a citar: «A guerra deu cabo da minha juventude, da minha idade madura e irá dar cabo da minha velhice... ninguém desce vivo de uma cruz». Todos conhecemos gente que passou por essa experiência e algumas das histórias que nos chegam são más, muito más mesmo. Foi gente que passou pela cruz e se uns conseguiram sair dela, outros transportam-na. Mas mesmo os que dela saíram, não o fizeram incólumes, e Lobo Antunes é tão frágil como qualquer um e di-lo hoje de forma para mim clara, tão clara que me soou a acto de contrição face ao que disse ou deixou por dizer na entrevista ao Céu e Silva. Mesmo que tenha havido algum excesso por parte de ALA, a declaração dele de hoje ao Expresso convenceu-me. É o homem a vir ao de cima. É ele próprio quem o diz, «ninguém sai vivo de uma cruz». D

O Caso Farewell - o espião que quis ser pago com cassetes de Leo Ferré

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O Caso Farewell acontece quando as relações entre os Estados Unidos da América e a União Soviética se encontram numa fase bastante sensível, porque coincidiu no tempo com a invasão do Afeganistão por parte da URSS, em 1981. Um francês residente em Moscovo, Pierre Froment, estabelece relações com Grigoriev, um oficial do KGB desiludido com o trilho seguido pelo seu país, e com o próprio ideal comunista. Grigoriev começa por passar informação confidencial acerca da rede de espiões soviéticos nos Estados Unidos. E quando lhe perguntaram quanto queria receber por informação tão preciosa, o russo exigiu conhaque e champanhe, além de cassetes do Leo Ferré. Atormentado pelo medo de pôr a sua mulher e filhos em risco, mas estimulado por querer obter mais informação, o francês, faz chegar os documentos ao seu governo. Rapidamente a informação chega à Casa Branca, o que leva o regime soviético ao quase colapso, obrigando os serviços secretos a intensificar a procura da brecha por onde se escoava

Fados, de Carlos Saura

É um excelente filme. O fado tratado ao mais alto nível, com intérpretes de eleição, portugueses e estrangeiros, e filmado por alguém dotado de extrema sensibilidade, que já o havia feito com o tango e com o flamengo, igualmente com sucesso. A par de Estranha Forma de Vida, pelo caetano Veloso, gosto muito da Travessa da Palha, cantada pela Lila Downs, e da Lila Downs.

Los poetas andaluces de ahora - Água Viva

Ouçam apenas

De táxi em Nova Iorque

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José Couto Nogueira é um homem com muita vida vivida. Actualmente está no jornal i, organiza os cursos de escrita criativa do El Corte Inglés de Lisboa e tem alguns romances publicados. Li «Táxi» e não sei como é possível que um livro como este tenha passado quase despercebido.  A vida, quase sempre nocturna, na Nova Iorque dos anos oitenta. Muito bem escrito, a fazer lembrar Jack Kerouac e Henri Miller, pela linguagem crua, sem aparentes preocupações estilísticas. Além do mais, oferece-nos uma bela visita guiada à cidade mais cosmopolita do mundo. Com este livro, entre muitas outras coisas, aprendi porque raio Paris perdeu esse papel central de ateliê artístico do mundo em favor da Grande Maçã.

A globalização geral

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Imagem captada há dias na rua principal de Quarteira. Depois digam que os chineses não estão a tomar conta de tudo, até das marisqueiras. Mas, valha-nos isso, respeitam a memória.

Tónico para o ânimo

Regressado de férias, agarrei-me a um livrinho, «Portugal: os Números», de Maria João Valente Rosa e Paulo Chitas. Registo que no ano em que nasci, 1960, a taxa de mortalidade infantil andava pelos 87 nascidos por cada mil - uma das mais altas da Europa. Cinquenta anos depois, os números rodam os 3,3 por mil - uma das ...mais baixas da Europa. Em momentos de depressão colectiva, sabe bem salientar as vitórias. Eu gosto.