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A mostrar mensagens de dezembro, 2012

Morreu Marques Júnior

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Para terminar um ano mau, uma má notícia: morreu Marques Júnior. Ainda tenente, aderiu ao MFA e desde então, esteve sempre na linha da frente da conspiração, da revolução e da democratização do país. Pertenceu ao Conselho da Revolução desde o seu início, em Março de 1975, até à sua extinção, com a revisão constitucional de 1982. Fez carreira política como deputado à Assembleia da República, primeiro pelo PRD, mais tarde pelo PS. Sofreu um grave AVC no dia 29 e faleceu hoje. Não deixa de ser paradoxal que, no fim de um ano que fica para a história como sendo aquele em que o poder político fez desaparecer mais regalias das conquistadas na sequência de Abril, morra aquele a quem alguém alcunhou como o «espírito do 25 de abril.» Ficam a sua obra e sua memória.   

Gaspar - a coerência acima de tudo

«O GRANDE GASPAR (Lembram-se?) ! Ano de 1993: com a economia portuguesa a ruir, um alucinado Braga de Macedo, então ministro das Finanças, foi à Assembleia da República gritar a plenos pulmões que o país era um “oásis”. Este "sketch" parlamentar resistiu à passagem do tempo. Quem não resistiu foi Braga de Macedo: após um breve compasso de espera, Cavaco calçou-lhe uns patins. Quem era o homem que, em 1992, fez as previsões para Braga de Macedo ? Um tal Vítor Louçã Rabaça Gaspar, que chefiava o Gabinete de Estudos do Ministério das Finanças. Onde falhou ele nas previsões ? Falhou em tudo — na evolução da economia e na arrecadação das receitas fiscais. Veja-se: • Gaspar previu um crescimento do PIB de 2% em 1993, mas a economia acabou por recuar 0,7%, ou seja, o pretenso “oásis” que Braga de Macedo anunciava acabou numa recessão; • O Orçamento do Estado para 1993 previa um encaixe à volta de 3.340 milhões de contos (16.660 milhões de euros) com as receitas correntes, mas houve

A «nêspera» do Mário Henrique Leiria e as «velhas» desta vida

RIFÃO QUOTIDIANO Uma nêspera estava na cama deitada muito calada a ver o que acontecia chegou a Velha e disse olha uma nêspera e zás comeu-a é o que acontece às nêsperas que ficam deitadas caladas a esperar o que acontece   Mário Henrique Leiria

Postal de Natal

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Um postal de Natal para todos os amigos com votos de felicidades e  uma noite plena de paz e harmonia junto dos que mais amam. 

O Chalet das Cotovias - um crime com 76 anos

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O recorte é do jornal República do dia 18 de Março de 1936. A investigação criminal começara no final do ano de 1935 com o desaparecimento de um homem que suspeitava que a irmã frequentava um clube feminino de Sintra onde, a par de eventos culturais, servia para encontros lésbicos. Era o Chalet das Cotovias e frequentavam-no altas figuras da sociedade portuguesa de então - uma filha do Presidente Carmona, a escritora Fernanda de Castro, a directora do Museu Bordalo Pinheiro, entre outras. O lisboeta t erá desaparecido quando foi a Sintra em busca da irmã. O seu cadáver, em avançado estado de decomposição, foi encontrado a 23 de Fevereiro num matagal contíguo à estrada de Sintra. Se até aí a investigação pretendia localizar o desaparecido, desde então visou esclarecer as circunstâncias em que ocorreu o crime. Ou é impressão minha ou a história reúne todos os condimentos para dar um bom romance.

MENSAGENS NATAL MUEDA 1973 C CAÇ 4140

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Tão jovens que eram...

Cinema Paradiso - Yo-Yo Ma e Chris Botti

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Talvez este blogue bata o recorde mundial de posts sobre o filme  Cinema Paraíso, mas o autor (do blogue) desvaloriza.  Aqui está mais um e bem merece o destaque.  Belíssima peça. 

Poema para José Dias Coelho

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Poema para José Dias Coelho Assassinado pela PIDE em 19 de Dezembro de 1961 A José Dias Coelho Seja minha a tua força, irmão seja meu o teu braço, camarada Sejam estes muros não um paredão sejam uma ponte ou mesmo uma estrada. Seja nela meu o teu anseio, irmão seja minha a luta que na tua terra travas seja ela o fruto das coisas que amavas. Sejam essas coisas, as mesmas, irmão sejam as que amo aqui nesta cela seja para sempre a minha na tua mão seja para todos uma vida bela seja nela o trigo com a sua cor dourada sejam as papoilas vermelhas de querer seja sempre o dia que sucede à madrugada seja outro o sentido da palavra morrer. Sejam os mortos aqui ao nosso lado sejam os seus também os nossos passos seja em luta o ódio acumulado sejam retesados nossos membros lassos. Sejam as colinas de vontade erguidas seja a sua força a que do amado vem sejam nossas as tuas palavras queridas seja minha a tua vontade também. E não há muros, bombas ou insultos que detenham as árvores ao nasc

Paulo Morais chama os bois pelos nomes

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Mataram o Câmara Clara

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Vivemos num tempo que se não é único, não anda longe. Já não vou para novo, além de que tenho a obrigação de conhecer um pouco de História, e a verdade é que não me lembro de nenhuma época assim. Havia, sempre houve, coisas más, mas não faltavam algumas menos más, ou mesmo boas, talvez para compensar. Hoje levam-nos tudo o que não é mau ou medíocre e injectam-nos com tudo o que o é. Tempo estranho este para ser vivido...  Apetece recuperar José Gomes Ferreira e dizer: «viver sempre também cansa» Viver sempre, ASSIM, cansa mais. Poder morrer para descansar um pouco e deixar passar este tempo e depois poder renascer num tempo novo é a idealização do momento.    

Revolver em cima da Bíblia

Quantos terão de morrer, quantas vigílias terão de fazer... para que tirem a porra do revolver de cima da Bíblia.

12.12.12 ou o post idiota

Hoje é 12.12.12 e o Sol nasceu e pôs-se à hora prevista; gente nasceu e morreu; acordei, trabalhei, almoçei, jantei e daqui a uma hora ou duas vou deitar-me. Parece que hoje estamos pior que ontem e amanhã estaremos pior que hoje, mas isso tem apenas a ver com esta crise que nos desanima e esta malta que nos desgoverna. Tenho a certeza absoluta de que para quem resistir até lá, de hoje a um ano será 12.12.13 e daqui a dois anos 12.12.14... 

Mês de Dezembro - Instituto Superior Egas Moniz

Na próxima 3ª Feira, dia 11, à noite, estarei no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, a fim de conversar com os alunos do Curso de Ciências Forenses sobre os livros, as leituras e o que de mais há-de surgir, surge sempre.

Apresentação do Nº4 da revista «Investigação Criminal»

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Aqui deixo o convite para a apresentação do nº4 da revista «Investigação Criminal», dedicado à história da investigação criminal e das técnicas e ciências que a apoiam. Será na Universidade do Minho, no próximo dia 12.

O moralista do regime

A PJ passou busca ao escritório do moralista do regime. E daí não vem mal ao mundo, qualquer cidadão é inocente até prova em contrário. No entanto, o moralista diz que apesar da minucia dos inspectores, nada foi detectado digno de apreensão. Foi-lhe perguntado se estava tranquilo e o moralista respondeu que sim, que até dormiu melhor que nas noites anteriores. E a resposta fez-me especular: - Porque será que o moralista do regime dormiu melhor esta noite que as anteriores?  - Será que dorme sempre melhor depois de ser alvo de uma busca policial?   - Ou será que dormiu melhor porque a PJ não encontrou nada que o comprometesse? 

Niemeyer - muito além da obra

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A propósito da morte de Niemeyer e da frase de Chico Buarque, que o definiu como um «Um homem maior que a sua arte», recordei-me de uma grande entrevista dada pelo arquitecto, penso que ao Público, já ele ia nos noventa e muitos. O jornalista perguntou-lhe como é que se via face à grandeza da sua obra, reconhecida em todo o mundo. Com uma simplicidade desarmante, Niemeyer respondeu por palavras que não recordo textualmente, mas cujo sentido jamais esquecerei: grande homem foi Allende, que morreu de arma na mão a defender o seu povo e os seus ideais, «eu só faço uns riscos». Morreu um grande homem. 

Convencionais sempre, químicas nunca

Se pensarem matar alguém, pela vossa saúde, não usem armas químicas. Convencionais tudo bem, matem à vontade, químicas nem pensar.

Judith Teixeira, a ignorada

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Na conceituada «História da Literatura Portuguesa», de A.J. Saraiva e Óscar Lopes,  a bíblia, nem uma palavra sobre essa poetisa do Modernismo português; no «Dicionário de Literatura Portuguesa» de Álvaro Manuel Machado, obra de 1996, mais recente que a primeira, meia dúzia de linhas dão conta de que existiu, andou por aí, fez umas coisas.     A Minha Amante Dizem que eu tenho amores contigo! Deixa-os dizer!… Eles sabem lá o que há de sublime Nos meus sonhos de prazer… De madrugada, logo ao despertar, Há quem me tenha ouvido gritar Pelo teu nome… Dizem —e eu não protesto— Que seja qual for o meu aspecto tu estás na minha fisionomia e no meu gesto! Dizem que eu me embriago toda em cores Para te esquecer… E que de noite pelos corredores Quando vou passando para te ir buscar, Levo risos de louca, no olhar! Não entendem dos meus amores contigo— Não entendem deste luar de beijos… —Há quem lhe chame a tara perversa, Dum ser destrambelhado e sensual! Chamam-te o gé