Maria Schneider, o último tango

Morreu Maria Schneider e se não me lembro de a ver noutro filme, serve esta morte de pretexto para relembrar aqui O Último Tango em Paris. Vi-o pela primeira vez no Cinema S. João , o meu cinema paraíso, quando tinha 15 anos, mas foi apenas o filme da manteiga, não mais. E dificilmente se pode ser tão injusto com uma obra. Vi-o porque o porteiro fingiu que foi enganado, já que o filme era para maiores de 18. Mas é um filme de que se vai aprendendo a gostar a cada novo visionamento. Passou na RTP 2 há tempos e não o perdi. Adorei. Grande personagem aquela que Marlon Brando compôs magistralmente. Um homem que aos cinquenta fica viúvo e perdido na vida, mas que procura encontrar-se ainda que sem grande convicção. Ocasionalmente encontra uma jovem de vinte, feita pela Maria, que ia casar com um cineasta, e ambos vivem uma paixão louca, onde os corpos roçam e deslizam como numa dança alucinante ao longo de vários encontros num apartamento vazio. Como eles? Quanto a Maria Schneider, não precisou de fazer mais nada, como não fez pelo menos com grande visibilidade, para me cair no goto. Bastou-lhe ter entrado no filme certo. Que descanse em paz.  

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