Na Vertigem da Traição, Manuel Domingues ou «Luís» e o PCP




       
Em 1952, e recorde-se que o crime de que foi vítima Manuel Domingues ocorreu em Maio do ano anterior, ainda estavam abertas as feridas geradas com a questão «Luís». Certamente e apesar das expectativas, «Lutemos contra os espiões e provocadores» (de que falaremos noutra ocasião) não resolveu o que era suposto e, vai daí, foi difundido pelos militantes este «informe» para «esclarecer» os mais renitentes. Era urgente acalmar as águas – o Partido vivia tempos decisivos. Como sabemos, também este documento não atingiu plenamente os objectivos, já que em Janeiro de 1953 foi distribuído o documento, que dei a conhecer no post anterior, relativo a Maria Branco, em que esta surge como testemunha de acusação contra Manuel Domingues.
Reparem que no documento hoje divulgado, não há referências ao «super-espião», como ironicamente Francisco Martins Rodrigues alcunhou Manuel Domingues, referindo-se ao modo como ele foi tratado no «Lutemos contra os espiões e provocadores», mas tão-só, procura colar Manuel Domingues ao perigo de desagregação do Partido - em minha opinião a grande, senão única, razão que levou à decisão de o executar no pinhal de Belas. Fiquem com a leitura e tirem as V. conclusões.

Mais uma vez agradeço à Júlia Coutinho.

   


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