O artifício espanhol

Na semana passada andei pelo Norte de Espanha: Rias, Corunha, Lugo, Gijón, Oviedo, Leão, Zamora… De tudo quanto vi, e não foi pouco, curiosamente, foi em Valença do Minho que vi mais bandeiras espanholas. Parei aqui para almoçar antes de entrar na Galiza.

Duas conclusões se podem tirar desde já:
- Os valencianos não têm grandes razões para se orgulhar da forma de luta que resolveram levar avante. Têm todo o direito de se unir e lutar pelos seus direitos, mas, por favor…
- Segunda, e mais grave, a Espanha está em desagregação. Por onde andei, sente-se a Galiza, as Astúrias, Castela Leão, mas Espanha... Sabemos que mais para os lados de França, no País Basco e Catalunha, as coisas estão pior um pouco. O problema dos nacionalismos deve provocar suores frios aos responsáveis espanhóis mas, mais tarde ou mais cedo, vai ter de ser abordado.
Fantasmas de um passado sanguinolento espicaçam as mentes de muitos dos nuestros hermanos - veja-se a polémica lançada pelo caso do juiz Baltasar Garçón -, e só eles contribuem para retardar a inevitável discussão. Mas, até quando? A Espanha não existe, foi sempre um artifício que só a força bruta conseguiu disfarçar.



Na Corunha, distanciados a menos de 100 metros, estão dois monumentos que dão bem conta desses tempos violentos. O da esquerda homenageia os republicanos mortos naquela cidade, cujos cadáveres foram incinerados naquele local. Um pouco mais abaixo, no sentido do mar, encontra-se o cemitério dos soldados muçulmanos que ajudaram Franco a vencer a Guerra Civil. Um passado que está bem vivo, como o documentam as flores frescas que ali pudemos encontrar.

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