Dia Mundial da Felicidade
Jesuíno, Ino para os amigos, é um
jovem negro, não mais de 20 anos, que tira bicas no café onde vou frequentemente.
Sempre que o faço vejo-o alegre, cantando, assobiando, gingando o corpo enquanto
faz sair versos em jeito de hip-hop, entre a vozearia e o tilintar da loiça, nas
deslocações entre a zona de serviço e o balcão, e mesmo quando se dirige a um
novo cliente. Esta é a sua forma de estar, o ritmo no seu dia-a-dia; claramente,
a exteriorização de um ser feliz. Ontem, enquanto mexia o meu café, alguém ao
fundo do balcão se meteu com ele em termos que não entendi, apenas ouvi a
resposta do empregado: «Esta gente está muito doente, agora até precisa de
criar um Dia Mundial da Felicidade.» Guardei o troco e saí.