O primeiro dia do resto das nossas vidas
Hoje, 20 de Janeiro de 2017, quase 21, será
sempre, sem surpresa, o primeiro dia do resto das nossas vidas. O que se
deseja, muito, é que este dia não venha a ficar célebre por ser o primeiro dia
da «nova era» como alguém que hoje tomou posse como presidente de uma República
importante deste mundo, alcunhou os tempos ameaçadores (para mim) que aí vêm. Que esta
sexta-feira seja apenas mais uma sexta-feira, que o presidente que hoje tomou
posse, seja apenas mais um presidente que tomou posse; que o presidente que
hoje tomou posse não fique na história pelas piores razões, como imagino que tem
condições naturais e poder para ficar. Todos pensámos que o seu discurso habitual era apenas
para ganhar eleições e que se ganhasse, tudo mudaria, tudo entraria nos eixos
da normalidade legal. Acontece que as eleições aconteceram em Novembro, o teor dos
discursos manteve-se, só hoje tomou posse e o discurso que proferiu foi
similar ao que fazia em campanha, se não mais populista ainda, o que é
estranho e preocupante. Tudo soa a estranho naquele homem. Homem sinistro, aquele. Faz lembrar
assustadoramente outros homens de outras eras, que ficaram na história pelas
piores razões. Não gostei nada, mesmo nada, do discurso que proferiu na tomada
de posse. Pela primeira vez estou verdadeiramente preocupado com um presidente
dos EUA no próprio dia em que tomou posse do cargo.