O Dia Mundia do Livro, a crise e Eça
A propósito do Dia Mundial do Livro que hoje se comemora e da crise que atravessamos, recordo aqui talvez o maior romancista da língua portuguesa a pronunciar-se sobre uma outra crise, a que Portugal então vivia. Palavras sábias, porque 120 anos depois nada mudou. Podemos ser fraquinhos a governar-nos, mas sempre coerentes.
"Que fazer? Que esperar? Portugal tem atravessado crises igualmente más: - mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro também não - pelo menos o Estado não tem: - e homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela Política. De sorte que esta crise me parece a pior - e sem cura."
Eça de Queirós, in 'Correspondência (1891)'
"Que fazer? Que esperar? Portugal tem atravessado crises igualmente más: - mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro também não - pelo menos o Estado não tem: - e homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela Política. De sorte que esta crise me parece a pior - e sem cura."
Eça de Queirós, in 'Correspondência (1891)'