Não há almoços grátis... mas paga o mesmo
2012: ponto de situação – aumento geral dos impostos, redução dos salários
dos funcionários públicos, que vinha de 2011, além do corte dos dois subsídios,
o de férias e o de Natal.
Resultado: Vendo a capacidade aquisitiva altamente posta em causa, os
portugueses retraem-se (que remédio) e as empresas morrem como se contraíssem
um vírus fatal, levando a que a taxa de desemprego atinja valores impensáveis.
Com menos empresas, menos gente a trabalhar, o PIB ressente-se, aumentam as
despesas do Estado com a assistência social aos desempregados, baixa o número
dos impostos pagos, reduzindo a receita do Estado. Agrava-se o défice que se
pretendia combater.
Em que parte das contas nos enganámos? Não. Há um propósito ideológico, mas
também materialista em tudo isto, porque a receita continua a mesma para 2013,
agravada ainda com o corte de um dos subsídios, agora aos privados.
Que vai acontecer em 2013? Logicamente, o agravamento geral da situação.
A política é suicidária, podemos pensar, mas não me parece. Há um propósito
ideológico na sua aplicação e ele traduz-se no empobrecimento geral do país,
para o tornar competitivo por via de salários baixos, parcas condições de
trabalho e baixa capacidade reivindicativa. Tudo para facilitar a vida a meras
franjas sociais, mas que são, apenas, os grupos económicos que mais ganham com
este capitalismo selvagem que nos devora, que encontra nos actuais governantes
- não só os portugueses - os principais defensores, esperando estes, naturalmente,
vir a ganhar futuramente as devidas compensações pelo trabalho efectuado.
Afinal, não há almoços grátis... mas paga o mesmo.