O 15 de Setembro e os possíveis actos de violência

Tenho grandes expectativas para a jornada de protesto contra a austeridade levada ao extremo praticada pelo Governo, que tem ido muito além do que a Troika exige. Já se ouviu falar em possíveis actos de violência no decurso das manifestações, que serão inúmeras, em, pelo menos, duas dezenas de cidades portuguesas, mas também, imagine-se, em Fortaleza, no Brasil e, soube agora, em Bruxelas, na Bélgica. Penso que as ameaças não passam disso mesmo e visam, claramente, a desmobilização, porque as centenas de milhares de pessoas que se calcula estejam amanhã nas ruas, não têm sede de violência, mas de justiça.
Pode, no entanto, haver pequenos grupos de radicais que se misturem na massa humana e provoquem desacatos. Não seria a primeira vez. Quem vai para a rua amanhã, pacatos cidadãos que apenas querem usar o seu direito à indignação pela forma como têm vindo a ser tratados pelo poder, mas também os agentes da polícia que estarão a fazer o seu trabalho de segurança pública, devem estar despertos para esta possibilidade. A última coisa que gostaríamos de ver acontecer era a repetição das cenas lamentáveis que se verificaram há meses no Chiado, até porque, amanhã se prevê uma muito maior quantidade de pessoas, pelo que, as consequências de uma situação como essa produziria, certamente, danos muito mais graves.
No Público de hoje, sobre o assunto, a recomendação que se faz é a seguinte: quando os pacíficos manifestantes se confrontarem com tumultos originados por esses grupos, devem sentar-se de imediato no chão, para que mais facilmente a polícia se aperceba quem são os prevaricadores, a fim de se evitar que pague o justo pelo pecador.
De resto, vamos em força e determinados gritar contra esta política que devia envergonhar quem a faz, se, claro, quem a faz tivesse vergonha.  

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