Os políticos e os cartões amarelos
A classe política de uma forma geral e o
Governo em particular deve pôr os olhos nas manifestações que têm ocorrido em
Portugal e compará-las com as de Espanha e Grécia. Se o fizerem atentamente, devem
concluir:
- 1º - o povo
português aponta o dedo ao estado doentio da Democracia;
- 2º - o povo
português aponta o dedo aos excessos cometidos pelos políticos dos partidos do
arco do poder, em prol desses mesmos políticos e desses mesmos partidos;
- 3º - o povo
português aponta o dedo às promessas eleitorais não cumpridas, mas também às
promessas eleitorais descabidas, feitas por mero eleitoralismo;
- 4º - o povo
português aponta o dedo à falta de seriedade da classe política e está cansado
de pagar pelos erros que não lhe podem ser imputados, mas a quem o tem
governado;
- 5º - a prova de
que o povo português está unido no que respeita aos 4 pontos anteriores, é a força
das manifestações;
Não obstante as
centenas de milhares de pessoas envolvidas nas manifestações, deve salientar-se
o elevado nível cívico do povo português, provando que, ao manifestar-se, apenas
quer dar conta do seu mal-estar. Já deu provas que não deseja dar argumentos às
polícias para que estas ajam como as espanholas e as gregas têm feito. Mas
cuidado políticos de Portugal, o povo é sereno, mas não é tolo. Atentem em tudo
o que desde o dia 15 deste mês se tem passado e ajam em consonância. Não
arrisquem, não ponham à prova a capacidade de sofrimento do povo, que está no
limite. Ouçam-no.