Copenhaga, ano zero?



A gaivota e o mar da Ericeira

Decorre em Copenhaga a conferência mundial sobre o clima, onde estão representados quase duzentos países.
De há muito, alguns têm vindo a alertar para os efeitos nefastos das bruscas alterações climáticas, em consequência directa do uso intensivo de combustíveis fósseis ao longo das últimas décadas. De há muito se fala em buracos na camada do ozono, de furações temíveis cada vez mais frequentes, do aumento da temperatura média e o consequente degelo das calotes polares, entre muitos outros fenómenos gravíssimos que, em última análise, podem colocar em perigo a sustentabilidade da vida no planeta.
Quase todos concordamos que alguma coisa tem de ser feita, e rapidamente. Mas grandes interesses económicos estão em jogo. As petrolíferas continuam a ser os grandes potentados económicos do mundo. Nenhum ser inteligente ignora a enorme capacidade de penetração destes na política de topo das principais potências, que são também as mais poluidoras.
Se para outra coisa não servir o encontro de Copenhaga, servirá certamente para provar ao mundo se essa relação promíscua se mantém em pleno ou, se pelo contrário, as pressões da opinião pública começam a produzir algum efeito.
Iniciou-se há uma semana e os sinais que nos chegam não são encorajadores. Mas estamos ainda na fase dos debates entre especialistas. No final, chegarão os políticos e só então ficaremos a conhecer o estado de saúde dessa perigosa relação através das conclusões que eles assinarem.
Estou céptico, confesso, mas muito gostaria que me surpreendessem.


Paisagem de Sanabria-Galiza


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