O cozido de grão combate a nostalgia


É quarta-feira, dia 2 de Dezembro. Às duas da manhã do próximo sábado, espero estar no avião que me vai levar a casa. Estou na Guiné-Bissau há cinco semanas e meia. Ontem vi na RTP Internacional a transmissão do evento que celebrou a entrada em vigor do Tratado de Lisboa. Gostei de ver a Torre, a Ponte, o Cristo Rei, o CCB, os Jerónimos, o estuário, a Praça do Império... Se algo não foi mostrado, pensei-o. Veio-me à memória o cheiro dos pastéis de Belém com a nuvem de canela a cobri-los, e cheguei a sentir o sabor da ginjinha quando, afinal, bebia uma estereotipada cerveja. Ouvi o Rodrigo Leão e pensei: «A banda sonora ideal para esta noite, naquele local, com esta alma.» Gostava de estar lá, não dentro da tenda transparente - muito boa ideia, aliás - mas fora, a cirandar por ali, a respirar aquele ar húmido envolto em noite e maresia. Passaram-se cinco semanas e meia... só cinco semanas e meia.
Às 8 horas de sábado estarei em Lisboa. No domingo, tenho encontro marcado com a família mais alargada e com os amigos mais chegados. A latinidade em pleno... Juntos avançaremos para um suculento cozido de grão à alentejana e para um belo tinto.
Só então a ânsia por chegar acalmará.


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