Lei de Talião no Irão nuclear

Vi hoje no Telejornal, mas não fixei o nome da mulher e isso seria importante para colocar aqui uma fotografia do antes e do depois, porque só assim se perceberia os efeitos que os 4 litros de ácido sulfúrico produziram naquela iraniana. Direi apenas que era uma mulher muito bonita e para além de ter ficado cega, ficou irreconhecível em virtude das queimaduras provocadas, e tudo porque não aceitou o pedido de casamento que o seu carrasco lhe formulou.


Sete anos depois a sentença. No decurso do julgamento porém, e de acordo com a lei daquele país, que prevê a possibilidade de aplicação da chamada Lei de Talião, «olho por olho, dente por dente», a vítima pediu que o autor fosse sentenciado a sofrer um pouco o que ela havia sofrido. Um pouco porque em vez dos 4 litros, ser-lhe-iam aplicadas «apenas» 4 ou 5 gotas de ácido sulfúrico nos olhos. Um horror só de pensar. Acontece que a sentença foi ao encontro do pedido da mulher e quando estava na iminência de ser aplicada, com os médicos já prontos, quais carrascos com a seringa a jeito, digo eu, a vítima perdoou-lhe.

«Eu que me comovo por tudo e por nada» fiquei a pensar: grande lição de vida, de humanidade que esta tipa deu ao gajo e a todos os gajos e gajas que não erradicaram ainda das suas cabeças a possibilidade de um dia cometerem uma loucura semelhante à que aquele tonto com sorte cometeu. Depois, já no fim da notícia, falava-se de uma pena alternativa de 150 mil euros a pagar à vítima e a minha comoção atenuou um pouco. Ainda assim, continua a ser um gesto magnânimo que ilustra quem o comete, particularmente nas circunstâncias em que a mulher se encontra, mas leva, sem qualquer equívoco, a condenar o país que em pleno século XXI, permite a aplicação de uma forma de «justiça» tão arcaica como aquela.

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