Cinema na cama
Nos últimos dias, quando o trabalho não apertava e não me apetecia fazer outra coisa, ficava recostado na cama com o computador ao lado, num plano ligeiramente superior, quase sempre sobre a mala, headfones nos ouvidos e vi, ou tentei ver, os seguintes filmes:
- Distrito 9 – Uma denúncia inteligente dos preconceitos face às diferenças físicas, culturais, religiosas, etc. Imaginem só: passa-se na África do Sul, o país do apartheid, mais precisamente em Joanesburgo, cidade marco dessa brutalidade, mas igualmente sinónimo da luta contra a segregação. Os diferentes começam por ser extraterrestres, depois... imaginativo e surpreendente.

- Idade do Gelo 3 – Adormeci. A culpa não foi do filme, que mantém aquele ritmo frenético dos anteriores e que diverte muito, mas da noite mal dormida. A ele hei-de voltar.
- The Wall – não a magnífica longa-metragem feita a partir do disco dos Pink Floyd, mas a gravação do espectáculo levado a cabo em Berlim em 1990, na sequência da queda do muro – de que se comemoraram agora os 20 anos -, em que participaram inúmeras estrelas da música internacional. Roger Waters, o grande obreiro, nunca abdicando de intervir socialmente, quis brindar com este simbólico evento os berlinenses, aqueles que mais directamente sofreram com o muro odioso. Um eloquente documento.

- Star Trek – eu tentei, até me esforcei confesso, mas desisti – não há paciência.
- State of Play - uma história interessante sobre a sociedade da competitividade. A ameaça das aspirações políticas de um jovem congressista, as ligações encapotadas do poder económico ao poder político de topo, a luta pelo protagonismo nos media, a luta destes pelas audiências… o que fazer para sobreviver ou para singrar? E a amizade, essa fragilidade humana, onde fica? Sem deixar de ser um filme de acção, mexe em assuntos sérios que deviam estar mais na ordem do dia.
Vi mais uns quantos, mas ficam para a próxima.