Os guineenses e a Língua Portuguesa
Portugal não foi competente na difusão da sua língua na Guiné. Conheço mal o processo de colonização desta antiga província ultramarina, como não conheço os principais factores que levaram ao evidente fracasso. Constato-o, apenas. Para além da Guiné, conheço Moçambique. Quando falo dos países, quero esclarecer que estive, basicamente, as suas capitais. Em Maputo, onde permaneci três semanas, foi raro encontrar dois moçambicanos que não comunicassem em português. Em Bissau, pelo contrário, não me lembro de deparar com dois guineenses que dialogassem na nossa língua. Mais grave, há guineenses a viver na capital com quem é impossível estabelecer uma conversação em português. E não falo de pessoas pertencentes a uma faixa etária idosa, mais afastada do ensino, falo de gente nova, nascida após a independência e que já teve uma escolaridade equivalente ao nosso 11º Ano, onde o português é ensinado desde o início. O calor abafado que se tem sentido, empurra-me para o ar condici...