Editorial

A única coisa que neste editorial se promete é que nunca prometerei coisa alguma. Isto, obviamente, no que respeita a temas, tendências e estéticas. Escreverei sobre tudo, sem aviso prévio e calendário político ou outros. Farei um esforço para cumprir honestamente este desiderato. Mas se não o conseguir, tal não deve ser entendido como havendo intenções sub-reptícias, mas apenas a mera distracção ou falta de inspiração ou talento. Falarei de cultura, de política, do Homem, ou seja, de tudo, mas apenas quando me apetecer.
Não prometo que não fale dos meus livros, e não peço desculpa por isso. Porque se o fizer, nunca será no sentido de os promover, mas apenas por mera e perdoável vaidade, essa fragilidade tão humana. Não é que os livros sejam como filhos, não cairei nessa imagem estafada, até porque nunca concordei com ela, mas apenas porque gosto de falar das coisas que de mim saem e que, não obstante o desgastante processo de produção e mais ainda de revisão, continuo a gostar delas. Não é cegueira, é amor. É assim. Ou melhor, assim será.
Falarei, claro de outros livros, com a liberdade a que tenho direito, mas sempre com a responsabilidade que tenho por dever de cidadania e de respeito para com quem faz desta actividade a sua profissão e a ama, ou apenas pelo prazer de escrever, o que não deprecia o amor pela causa.
Falarei do mar, pois claro. A-de-Mar teria de falar de mar. Não só como ponte entre culturas, mas como recreio, como fonte de vida e como símbolo na História de Portugal. Espero ter razões para falar de viagens; é a evidência de que as fiz. As impressões, os percursos, os meios, as gentes, sempre as gentes. O Homem como medida de todas as coisas e todas as coisas como instrumento de felicidade do Homem, mas com vistas largas. Não a felicidade momentânea do indivíduo em prejuízo do Homem e do futuro. Vistas largas também é isso, e cá estaremos com esse propósito. E aqui entra a política. Política é tudo, tudo é política. E também ela não nos escapará. Cá estaremos para opinar, denunciar, propor sem complexos ou subterfúgios. Se errar a pontaria, paciência, cá estarei para dar o braço a torcer. Mas não torçam muito, as artroses não o aconselham.
Sejam felizes com a felicidade dos outros.
Cá estaremos.

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