Eta renuncia à luta armada

A notícia do dia não foi a vitória do Sporting, nem o alegado chorudo auto aumento dos directores da PSP. Não foi também o anunciado aumento de ordenados de milhares de efectivos da GNR e da PSP a partir do próximo ano, o que, diga-se, é chocante – não encontro outra palavra –, por vir ao arrepio de tudo quanto são as aparentes preocupações do poder político. Perdoem o exagero, mas faz-me lembrar as ditaduras sul americanas a tratar principescamente os militares, os seus guardiões. Bolas, não é em nome dessas mesmas preocupações que os governos, este e o antecedente, tanto têm azedado os dias dos portugueses? Não, nada disso foi para mim a notícia do dia. Também não foi a morte de Khadafi - uma selvajaria, adivinha-se -, porque já estava morto há pelo menos uns meses, a notícia do dia foi, claramente, a renúncia da ETA à luta armada. Mais do que o fim - quero crer - de um clima de terror que durou mais de 40 anos - com algumas centenas de mortos - particularmente em Espanha mas também em França, é um passo importante para o fim do terrorismo urbano na Europa. Dos que vêm de trás e dos que nasceram após o Maio de 68, restam poucos movimentos radicais armados e nenhum deles tem sido tão activo como a ETA. A declaração de hoje pode representar uma machadada na insistência da violência por parte de quem ainda não tomou a mesma decisão. Em todo o caso, não deixa de ser uma coincidência histórica muito curiosa, a ETA divulgar esta decisão, que marca a sua morte, exactamente no dia da morte de Khadafi.

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